sexta-feira, 2 de setembro de 2011

ESCOVA PROGRESSIVA

Olá pessoal, hoje falaremos um pouco sobre as famigeradas escovas progressivas.
           Já fazem alguns anos que as escovas progressivas tomaram conta dos anúncios de serviços de salão. No início todos os salões que utilizavam essa técnica para alisamento dos cabelos adquiriam seus produtos de pessoas que "fabricavam" essas formulações de forma caseira mesmo, lembro-me que as primeiras que usei no salão onde trabalhava vinham de Curitiba pelo correio dentro de um litro PET sem rotulagem ou qualquer segurança de utilização.
Nessa época infelizmente não tinhamos o conhecimento das substâncias usadas ou seu mecanismo de ação, muito menos a toxicidade dos tais produtos. Isso foi a aproximadamente 7 ou 8 anos e esses serviços eram oferecidoss sem que houvesse um controle pela vigilância sanitária, haja visto que a propaganda era feita livremente e nunca em nenhum momento qualquer fiscal da Anvisa tenha entrado em contato conosco ou qualquer salão que eu canhecia para orientar sobre os malefícios das mesmas.
 O pior disso tudo é que depois de todo esse tempo os salões continuem fazendo essas escovas, o que demonstra total falta de conhecimento ou ética em relação aos clientes e profissionais. Diversas campanhas foram feitas para BANIR de uma vez por todas as escovas progressivas com ativos tóxicos como (formol, glutaral, parabenos, etc) dos salões, mas devido a ignorância ou ganância de determinados profissionais esses processos continuam sendo realizados.
 É importante ressaltar que existem escovas progressivas com substancias liberadas pela anvisa, como o Tioglicolato que é uns dos ativos alisantes das escovas definitivas também, a diferença principal entre a definitiva e a progressiva nesse caso é a concentração e o protocolo de aplicação. Lembrando que o efeito dessa escova com tioglicolato não é o mesmo das com formol proporcionando um efeito menos natural ao cabelo.
Agora uma nova onda de escovas têm invadido os salões  novamente com a promessa de efeito liso sem restrições de uso, compatível com qualquer química e todas os mesmos efeitos das "antigas" escovas de formol. Falo do ácido glioxílico, que em geral é associado a carbocisteína e segundo os fabricantes tem o poder de romper algumas pontes de dissulfeto que dão a forma ao cabelo e reestruturar através da escova alisando os mesmos.
Segundo a classificação da ANVISA produtos de grau 1 são considerados de baixo risco com baixa toxicidade , estamos falando então dos xampús, condicionadores, máscaras, cremes, etc, e classifica ainda produtos de grau 2 como sendo produtos potencialmente tóxicos, entrando então os produtos de alisamento, produtos destinados para crianças, protetor solar, dentre outros.

Ahhh uma coisinha apenas, o ácido glioxílico é um formador de aldeído tal qual o formol, glutaral etc.
Outra dúvida fica por conta das explicações dos responsáveis pelas formulações que em uns momentos falam que o ativo alisa noutro dizem que apenas reduz volume, uma hora dizem que modifica a estrutura do cabelo noutra dizem que não danifica os cabelos, e assim por diante, já ouvi as maiores asneiras que se possa imaginar dos vendedores desses produtos, sem contarmos com essa dúvida sobre o grau de classificação do produto, pois sendo o mesmo registrado com grau 1 pode ser usado por crianças e gestantes segundo a própria ANVISA.

O SBRT (Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas) diz que, de acordo com a Câmara Técnica de Cosméticos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, órgão especialista consultado, informou que:Todo produto com função alisante é classificado como Grau 2, de acordo com o disposto no Anexo II da RDC 211/05. O ácido glioxílico não é referenciado com função alisante, e por isso seu uso em produtos cosméticos, de modo geral, está sendo avaliado pela Câmara Técnica de Cosméticos. Qualquer produto que esteja sendo comercializado com a referida substância encontra-se ilegal e a empresa responsável está sujeita às penalidades previstas na legislação. (informação por e-mail em 02/02/2011).

Me posiciono totalmente contra tais procedimentos por entender que o único beneficidado por esses produtos são as empresas de cosméticos que comercializam os mesmos, pois, vendem os KITS por preços bastante altos e no fundo seu produto não passa de um creme muitas vezes bem comum, adicionado de formol ou similar.
Gostaria de saber se a ANVISA tem conhecimento sobre a comercialização de tais ativos como alisantes, acredito que não pois segundo ela mesma esses ativos ainda carecem de estudos para liberação como alisantes. Aí vem a questão, as empresas não registram esses produtos como alisantes mas sim como redutores de volume que podem ser qualquer tipo de creme ou condicionador, assim não precisam especificar qual o ativo envolvido já que o mesmo fica classificado como grau 1.
Enquanto os cabeleireiros continuarem se sujeitando serem cobaias dessas empresas eles continuaram lucrando sem a mínima preocupação com os profissionais ou clientes. Outro motivo que mefaz duvidar dessas escovas é bem simples, sabemos que esses produrtos movimentam muito dinheiro, então, porque empresas grandes como L'oreal, Unilever entre outras não possuem tais produtos em sua linha?


Adulterar produtos ou por em risco a saúde do cidadão por imperícia ou negligência é crime , dá cadeia.
 
Pra esclarecer dúvidas sobre a utilização do ácido glioxílico em formulações cosméticas cadastre-se nesse site  http://www.respostatecnica.org.br  e digite no campo de pesquisa "ácido glioxílico" .

Em 2007 a dona de casa Maria Ení da Silva, de 33 anos morreu vítima de choque anafilático provocado pelo uso de formol em uma escova progressiva.

Pense nisso, haja nisso...
DENUNCIE

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Hidratação ou selagem??

Olá, nos últimos tempos uma enormidade de produtos têm sido lançados pelas indústrias de cosméticos para tratar os danos causados aos cabelos. Dentre esses tratamentos podemos citar os termos mais usados, selagem térmica, cristalização, cauterização, queratinização, hidratação profunda, hidratação, nutrição capilar, reconstrução capilar, entre outros. Essa quantidade de produtos acabam confundindo tanto clientes, quanto cabeleireiros devido a falta de conhecimento dos ativos empregados. Afim de esclarecer alguns pontos relacionados aos tratamentos capilares se faz necessário o estudo das formulações presentes nos cosméticos. O uso errado desses ativos e /ou a indicação de tratamento errado ao cliente é o motivo pelo qual muitas pessoas saem do salão dizendo que determinado produto não fez efeito nenhum sobre seus cabelos. Sabemos que existem produtos de alta qualidade e outros nem tanto, podendo esse ser um motivo de reclamação, pois um produto sem ativos de qualidade não irá proporcionar os efeitos desejados. Outro problema é a falta de conhecimento desses ativos pelo cabeleireiro. Indicar uma hidratação ou uma queratinização depende de uma análise criteriosa do cabelo a ser tratado, bem como é importante que o cabeleireiro questione sua cliente para descobrir possíveis causas externas e internas para tal situação.
As hidratações em geral possuem ativos hidrtantes, emolientes, filmógenos e sua formulação requer pH ácido para fechar as cutículas do fio, dentre esses ativos classificamos os de ação rápida, lenta, termogênicos(aumentam a temperatura do fio), com ou sem enxágue, com os mais variados protocolos de aplicação. É importante que a rotulagem do produto bem como suas instruções de uso sejam seguidas a risca para que o tempo de ação dos ativos esteja completa proporcionando os resultados esperados, assim como as indicações de uso, pois as hidratações tem como principal função o tratamento dos cabelos ressecados sendo ela responsável pela maleabiblidade, brilho, sedosidade, etc.
A selagem térmica é de uma maneira geral um conjunto de produtos, seguindo um proptocolo que invariavelmente utiliza xampú antirresíduos para remoção das sujidades e abertura das cutículas. Após  o xampú aplica-se ativos regeneradores do fio como, queratina, proteínas vegetais, dentre outros. Pesquisas apontam que as proteínas de origem animal tem maior afinidade pelo cabelo sendo portanto mais eficientes na regeneração capilar.
Em geral o processo de cauterização, queratinização, é realizada através da selagem térmica que tem por finalidade repor a queratina aos cabelos diferindo apenas no nome e empresa e protocolo.
O mesmo acontece com as hidratações seja ela profunda ou não tem por finalidade aplicar ativos que hidratam, ou sejam absorvem e/ou retém água melhorando assim o aspecto do fio diferindo igualmente as selagens em nome, marca e protocolo, assim como os ativos utilizados.
Geralmente cabelos sem químicas e tinturas com aspectos danificados por processos rotineiros como sol, escovas, lavagem incorreta, vento, poluição, maresia, enfim, exigem tratamentos como as hidratações recuperando assim o fio.
Os processos de reconstrução capilar com reposição de queratina são mais indicados em cabelos com químicas,  tinturas em geral, enfim cabelos quimicamentes danificados, que se encontram porosos, quebradiços, sem brilho, caso contrário essa reposição poderá engrossar o fio, tornando-o mais rijo, pesado, oferecendo efeito desejado contrário.
A tecnologia utilizada na produção e no desenvolvimeto dos ativos cosméticos está cada dia mais avançada oferecendo produtos de ótima qualidade e que podem efetivamente recuperar os cabelos danificados.

 
PREZADO PROFISSIONAL E CLIENTE, ESCOVA PROGRESSIVA NÃO TRATA, NÃO HIDRATA, NÃO REGENERA. NENHUM PRODUTO QUE CAUSE A MODIFICAÇÃO DO FORMATO DO CABELO (ALISANTES) TEM PODER HIDRATANTE OU QUALQUER QUE SEJA O RESULTADO PROMETIDO. ALISANTES QUE NÃO PROMOVEM A MODIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS CAPILARES(FORMOL, GLUTARAL, ENTRE OUTROS CONSERVANTES) SÃO TÓXICOS E PROIBIDOS PELA ANVISA.
Nos próximos posts estaremos nos aprofundando no estudo desses ativos, bem como as chamadas escovas progressivas ou qualquer outro nome que essas recebam.

obrigado galera e até mais.

domingo, 28 de agosto de 2011

Problemas que atingem a haste capilar.


Olá pessoal,

Hoje vamos conhecer algumas alterações da haste capilar. Os primeiros danos a serem percebidos nos cabelos são o ressecamento, a falta de brilho e a penteabilidade. Diversos fatores irão influenciar nesse processo, sendo eles físicos, químicos e as malformações nos fios.

 As cutículas por serem a parte externa do fio são as primeiras a sofrerem os efeitos negativos dos vários agentes que diariamente agridem nosso cabelo. Alterações na cutícula levam a perda de brilho pois a mesma não irá refletir a luz, causam também a porosidade excessiva causando embaraçamento dos fios além de deixar o córtex exposto podendo levar á quebra da haste.

Dentre alguns dos agentes físicos que danificam os cabelos podemos citar a radiação ultravioleta que degrada a queratina e atinge os pigmentos naturais ou sintéticos  do cabelo causando o desbotamento da cor e o enfraquecimento da haste, o  secador muito quente e frequente, poeira, vento, a falta de umidade do ar e frequente tração dos fios completam essa lista de agressores.

Os agentes químicos  envolvidos nos diversos processos de lavagem e modificação dos cabelos como xampú, descolorantes, tinturas, alisamentos, cloro da piscina entre outros danificam as estruturas causando danos geralmente irreversíveis ao fio, principalmente as substâncias com pH alto(alcalino), pois essas substâncias promovem a abertura das cutículas e o rompimento das pontes de dissulfeto responsáveis pela resistência dos cabelos.

Além disso os cabelos podem ser acometidos por patologias que resultam em malformações da haste, a Tricorexes Nodosa se caracteriza por pequenos nódulos espalhados pelo fio  que  tornam os cabelos quebradiços, a Moniletrix é um estreitamento dos fio em algumas partes causando sua quebra, a Tricoptilose que é a popular ponta dupla se caracteriza pela bifurcação das pontas do cabelo causando seu enfraquecimento e quebra, a Triconodose que é a formação de nós ou laços que ocasionam a quebra da haste é resultado de agressões químicas sucessivas,  a Pili Torti que é uma afecção congênita rara é caracterizada por cabelos torcidos, secos e quebradiçõs, a Pili Triangulati et Caniculi é a síndrome dos cabelos impenteáveis caracterizada por sulcos ou canais longitudinais provocando cabelos arrepiados e impenteáveis, a Pili multigemini é caracterizados por vários fios que emergem de um único canal, a Tricoclasia é caracterizadas por pontas desfiadas ocasionadas por fraturas transversas da haste onde os cabelos ficam desfiados e desfibrados sendo a forma mais grave da Tricoptilose. Além dessas alterações podemos citar ainda que deficiência de nutrientes no organismo causam o enfraquecimento e a diminuição no crescimento.
Os tratamentos recomendados para cada caso deve ser escolhido após o exame dos fios por um profissional competente que irá avaliar os danos e suas possíveis causas para só então indicar o tratamento adequado, sempre levando em conta as condições normais do couro cabeludo e a haste. È importante que o Cabeleireiro tenha conhecimento profundo das patologias que atingem os cabelos e afecções do couro cabeludo para encaminhar ao profissional  competente, os dermatologista, nutricionistas e/ou  tricologistas, devido a alguns casos não serem de competência dos Cabeleireiros tratarem, pois há necessidade de medicação tópica ou oral. Já as alterações causadas por agentes físicos e químicos podem e devem ser tratados por nós cabeleireiros desde que tenhamos conhecimento dos ativos á serem aplicados pois como sabemos cada caso tem que ser analisado de forma única, indicando a melhor sequência de tratamento.

É sempre importante e válido você questionar e tomar conhecimento sobre os procedimentos que estão sendo feitos nos seus cabelos. Por isso, converse com seu cabeleireiro e peça explicações sobre os produtos, o protocolo de aplicação, a função, o ativo utilizado no produto, o resultado esperado, enfim são os seus cabelos e isso ajuda em posteriores procedimentos.



Abraços.